A inversão de fluxo de potência ocorre quando a energia elétrica circula no sentido oposto ao originalmente projetado em um sistema de distribuição ou transmissão.
12/03/2025
Redação Alba Energia
A energia solar é uma das fontes renováveis mais utilizadas no mundo, mas muitos proprietários de sistemas fotovoltaicos desconhecem um fenômeno importante: a inversão de fluxo de energia. Você sabe o que isso significa e quais podem ser seus impactos?
A inversão de fluxo de potência ocorre quando a energia elétrica circula no sentido oposto ao originalmente projetado em um sistema de distribuição ou transmissão. Normalmente, a eletricidade flui das usinas geradoras para os consumidores. No entanto, em casos de inversão, a energia retorna das cargas para a rede elétrica ou o sistema de geração.
Esse fenômeno é comum em sistemas de geração distribuída, como os que utilizam energia solar. Quando a produção de eletricidade por painéis solares excede o consumo local, o excedente é injetado na rede elétrica, alterando o fluxo de potência. Esse processo permite que os proprietários de sistemas solares obtenham créditos de energia pela eletricidade injetada na rede da distribuidora.
Residências, empresas e indústrias com geração solar podem produzir mais energia do que consomem, especialmente em horários de pico, como ao meio-dia. Nesses casos, quando a geração é muito maior que o consumo em ampla escala, a inversão de fluxo pode causar sérios impactos no sistema de distribuição de energia.
O excesso de energia injetada na rede pode sobrecarregar o sistema de distribuição de energia, especialmente em locais em que a rede elétrica não é preparada para operar com grande volume de geração distribuída, chegando até mesmo a causar interrupções no fornecimento de eletricidade. Além disso, a inversão de fluxo pode impactar os sistemas avançados de controle e monitoramento, trazendo problemas na confiabilidade da medição e do fornecimento energético dos consumidores.
Na geração distribuída, a presença de múltiplos inversores conectados à rede pode introduzir harmônicos, distorcendo a forma de onda da tensão. Essas variações podem comprometer o funcionamento de dispositivos de proteção e controle, causando danos a aparelhos sensíveis.
Nesse contexto é crucial que consumidores, integradores e distribuidoras precisam trabalhar em conjunto para implementar soluções que garantam a eficiência e segurança do sistema elétrico.
Estudos recentes destacam a prevalência da inversão de fluxo em diferentes estados brasileiros. De acordo com um estudo da Greener em 2024, 20% dos integradores que realizaram pelo menos uma venda enfrentou alegações de inversão de fluxo no orçamento de conexão. Especificamente, Minas Gerais liderou com 63% dos integradores enfrentando problemas relacionados, seguido por Alagoas (46%) e Rio Grande do Sul (45%).
Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou medidas para simplificar a conexão de consumidores de microgeração distribuída. Entre as iniciativas, destaca-se a modalidade “fast track”, que dispensa estudos de inversão de fluxo a pedido do consumidor, desde que a conexão seja utilizada apenas para compensação na própria unidade consumidora e tenha potência instalada igual ou inferior a 7,5 kW. Outra modalidade que também foi dispensada e impacta diretamente consumidores comerciais e industriais, são os sistemas Grid Zero, uma vez que não injetam energia na rede de distribuição.
Os sistemas híbridos de energia solar podem ajudar na inversão de fluxo de potência ao integrar fontes de energia distribuídas (como painéis solares e baterias) com a rede elétrica de forma inteligente.
A inversão de fluxo de potência ocorre quando a energia gerada é maior que o consumo local e flui de volta para a rede. Isso pode causar problemas de qualidade de energia, sobretensões e até falhas em transformadores e linhas de distribuição. Os sistemas híbridos ajudam a evitar esse efeito ao armazenar o excesso de energia para uso posterior e limitar a injeção na rede conforme a necessidade, pois podem atuar como consumidores de energia. Durante o dia, quando há excedente na geração solar, a energia pode ser armazenada em baterias ou injetada na rede. À noite ou em períodos de baixa geração, a bateria e a rede suprem a carga. Além disso, o consumidor pode ajustar suas cargas para otimizar ao máximo o consumo de energia gerada localmente através dessa solução, não usando a energia armazenada apenas durante apagões ou quedas de energia.
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